Educação Matemática e Informática

Poemas

O Trânsito

Lá vai a bicicleta,

O carro,

A caminhoneta.

Seus condutores apressados,

Alvoroçados,

Atrasados.

Pelas avenidas e estradas,

Ora parando, ora sem paradas.

Lá vai o jovem e a criança,

A mãe, o pai e o avô.

O trabalhador com ou sem dor.

Vai o cara do caminhão,

O do chapelão,

E o entregador de pão.

Lá vem o motoqueiro só de boné.

Dando marcha a ré...

- Cuidado, jacaré!!

Do outro lado da rua,

Entre o hospital e a igreja,

O garotão com o som estridente

Faz doer o ouvido da gente!

- Abaixa esse volume, vivente!

Mas do garotão

Se desvia a atenção.

Porque na calçada,

Toda lindinha

Vai a gatinha

No seu bambolejar,

Falando no celular.

Cruza a rua na contramão da criançada,

Que correndo em disparada,

Soltando gargalhada,

Sai às pencas das escolas,

Carregando mochilas e sacolas.

Distraída,

Esquecida... com semáforos, faixas e regras...

- Perigo? Que nada, ora bolas!

Desvia dos veículos,

Semelhantes,

Diferentes.

De bebê,

De cadeirante,

De catador,

De vendedor, sim senhor!

Tem carroça,

Tem van,

Tem carro importando.

Como aquele do bonitão,

Que da janela do carrão,

Jogou lixo no chão.

- Ô seu porcão!!

De dia ou de noite.

Faça chuva ou sol.

Quer cante ou não o rouxinol,

Saem todos de suas casas,

A seus destinos sem poder bater asas.

A pé, em veículos ou animais,

Compartilhando caminhos,

Socados,

Esburacados,

Asfaltados,

Tem até os ladrilhados e iluminados!

Dividindo espaços

Praças com balanços

Passarelas com arandelas.

Calçadões, calçadinhas e descalçadas.

São diversos os caminhos

Nem sempre apreciados,

Com os mesmos mimos e carinhos,

Nem a paciência de Jó.

Ao contrário... há tanto nervosismo que dá dó.

Tem xingão,

Tem sinal com a mão.

Porque vai o distraído,

O patetão

O beberrão

O egoistão

E, claro, o cidadão!

Todos, no abre e fecha do sinal,

Porque afinal,

É assim que a vida vive e flui,

Em mais um dia no trânsito!

E quando sentimos que ainda estamos vivos,

Resta um sorriso,

- E ânimo, meu povo!

Porque vamos viver o ciclo de novo.

Aquele onde vai a bicicleta,

O carro,

A caminhoneta...


Claudia Brandelero Rizzi



Cascavel, 23/10/2013